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16 de agosto de 2022“Comida de verdade no campo e na cidade”. A insígnia dá nome ao e-book lançado pela bióloga Ingrid Gabriella da Hora Carriço, no sul do Espírito Santo. A obra traz uma série de informações sobre Plantas Alimentícias Não-Convencionais, as chamadas PANCs. Nela, a autora traz informações sobre 33 plantas endêmicas ou nativas da Mata Atlântica. A publicação pode ser baixada gratuitamente no site do Ifes.
“As espécies endêmicas são prioritárias para a conservação, visto que não existem em nenhum outro lugar do mundo a não ser no bioma Mata Atlântica do Brasil. Já as nativas com fitofisionomia na Mata Atlântica, foram incluídas na lista devido à importância econômica e social das mesmas”, explica a autora, que publicou o livro como desdobramento de seu mestrado em Agroecologia no Ifes de Alegre.
Embora os estudos e publicações sobre PANCs venham crescendo nos últimos anos, o recorte sobre o bioma nativo da maior parte do litoral brasileiro, do qual restam apenas 12,4% de florestas, é uma novidade. O livro reúne seus nomes populares, distribuição geográfica, ilustrações botânicas, informações sobre plantio e manejo, tempo de germinação de sementes, época de florada, e outros.
Segundo Ingrid, que fez uma ampla pesquisa sobre as espécies já catalogadas, a maioria das obras publicadas sobre o tema tem como foco questões como receitas ou valores nutricionais das PANCs. Já no caso do e-book, a proposta é que possa auxiliar também no incentivo ao plantio dessas espécies.
“Eram alimentos consumidos antigamente pelas comunidades tradicionais e pequenos agricultores, mas devido à globalização da indústria alimentícia, o ritmo acelerado das cidades, há uma padronização alimentar e essas espécies deixam de ser consumidas”, explica Ingrid Gabriella, ressaltando que hoje boa parte dos alimentos que consumimos, mesmo os saudáveis, são de espécies exóticas. Mesmo entre as PANCs popularizadas por aqui, muitas não são nativas. A pesquisa da bióloga levantou 256 espécies que existem na Mata Atlântica, selecionando as nativas e endêmicas.
Porém, para abordar o tema, Ingrid também considerou os relatos e atividades de campo com agricultores, conhecedores das plantas. Ela cita um casal que diante de um período de dificuldade financeira começou a resgatar por conta própria essas PANCs existentes em sua propriedade, incrementando a alimentação e diminuindo os gastos. Com o tempo, passaram a incorporar algumas plantas não só em seu consumo mas também nas vendas na feira.
fonte: Século Diário