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Quando Jessica Leite dos Anjos deu à luz Henry em julho de 2022, a expectativa era amamentá-lo até ele completar pelo menos 1 ano de idade. Entretanto, o bebê nasceu de 37 semanas e precisou ser internado na UTI Neonatal do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam).
“Em razão de uma hipoglicemia, Henry não tem condições de fazer esforço pra mamar. Por isso, foi necessário recorrer ao banco de leite. Foi uma forma de escape, de solução. No primeiro dia foi frustrante. Sempre quis amamentar”, conta a mãe.
A experiência, entretanto, marcou tanto Jéssica que ela acabou se tornando doadora. “Para agradecer os cuidados com meu bebê, me tornei uma doadora também”, revela.
Anna Caren de Lima também é doadora de leite. A mãe de Leonardo, de 5 meses, fala que, durante a gestação, sua maior expectativa era com a lactação. “Tinha medo de não conseguir. Queria amamentar – no mínimo – até os 2 anos, como indicam os órgãos (de saúde).”
Mais que amamentar, Anna foi além nos seus planos. Entre junho e agosto deste ano, doou 21 litros de leite. “Foi incrível. Eu pretendia fazer isso desde antes de ele nascer, mas achava que teria que ir lá pra buscar os potes e voltar com eles no ônibus; enrolei por um tempo por causa disso”, relata.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o bebê deve ser amamentado apenas com o leite materno até os seis meses. Após esse período, deve-se permanecer com o leite materno e introduzir outros alimentos na dieta, evitando leite industrializado. As mães que, por algum motivo, não conseguem aleitar podem encontrar apoio nos bancos de leite.
No Espírito Santo, a referência estadual da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (BLH) é o Hucam. Segundo a responsável técnica do BLH do hospital, Mônica Barros de Pontes, entre janeiro e julho deste ano foram coletados 1.855 litros e distribuídos 1.392 litros a 908 bebês internados em hospitais localizados no Espírito Santo. O número de doadoras foi de 1.113 nesse período. Já em 2021, 4.116 litros de leite foram doados no estado.
A quantidade coletada, aponta Mônica, é suficiente apenas para atender os lactentes internados nas unidades neonatais das instituições que possuem banco de leite. Mas as mamães com dificuldade de amamentar também são assistidas. “Não ofertamos o leite para os bebês na residência, mas o banco de leite auxilia as mulheres no processo de amamentação. Ajudamos a mulher a amamentar, inclusive com técnicas para aumentar a produção de leite ou para complementar caso o bebê precise. É só ligar para o Hucam e agendar o atendimento”, orienta.
