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26 de agosto de 2022
NOTA DE ESCLARECIMENTO FUNDAÇÃO RENOVA
26 de agosto de 2022Depois de cinco finais consecutivas, seleção masculina de vôlei chega ao Campeonato Mundial com chances, mas pressionada, recheada de lesões e atrás dos favoritos França, EUA e Polônia
A seleção masculina de vôlei do Brasil não chegará ao Campeonato Mundial na condição de favorita pela primeira vez neste século. Nas últimas cinco edições do evento (2002/06/10/14/18), o time conquistou três títulos e dois vices. A realidade é que, no momento, o Brasil está um degrau abaixo de França, Estados Unidos e Polônia, e relativamente no mesmo nível de Itália. Isso sem contar que algumas seleções emergentes estão crescendo, como Japão, Eslovênia e Irã, e tem times perigosos que podem chegar, como Holanda, Sérvia, Argentina e Cuba.
Isso quer dizer que o Brasil não tem chance de título? Não é bem isso, claro que tem chances. O elenco é um dos melhores do mundo, ali tem diversos jogadores semifinalistas olímpicos e campeões de Liga das Nações. Mas a realidade é que, no momento, o Brasil está, pelo menos, atrás de três seleções: França, EUA e Polônia. E os jogos na Liga das Nações, encerrada mês passado, mostraram isso.
É a primeira vez no século que a seleção não chega como favorita ao título mundial. O Brasil foi o time da década de 2000, ganhando praticamente tudo o que disputou, chegando sempre como favorito. Aconteceu em 2002, 2006 e 2010, e nas três ocasiões o Brasil confirmou o status e saiu com o troféu. A renovação veio na década seguinte, alguns jogadores se aposentaram, mas outros craques à altura surgiram, e o time chegou como favorito ao título em 2014 e 2018, saindo em ambos os casos com a medalha de prata.
O Brasil tem sofrido com lesões e não conseguiu bons resultados recentes. Mas o principal problema nesses últimos meses foi a parte técnica. O time não jogou bem na Liga das Nações, ficou na sexta posição, sem ter vencido nenhuma das grandes seleções da atualidade.
Depois do título da Liga das Nações do ano passado, o Brasil teve um quarto lugar amarguíssimo nas Olimpíadas, um título sul-americano jogando mal e uma sexta posição na Liga das Nações apresentando pouca evolução entre a primeira e a quinta semana de competição. No meio disso tudo, a equipe perdeu a liderança do ranking mundial pela primeira vez em quase 20 anos.
São poucas seleções no mundo (para não dizer que só a Polônia) que tem um trio de ataque tão forte, com Lucarelli, Leal e Wallace. Mas ao mesmo tempo esse ataque só conseguirá ser bem utilizado se o passe for bom (o que não aconteceu na Liga) e o levantador conseguir distribuir bem o jogo.
Bruninho é, com certeza, um dos maiores levantadores deste século, mas a fase dele nos últimos meses não é tão boa assim. Cachopa, levantador reserva, pode (e deve) ser mais acionado, pois vive a melhor fase da carreira. Ter dois levantadores de alto nível pode ajudar a equipe em momentos decisivos.
A posição de oposto segue com uma das grandes questões do time. Alan está machucado e fora do Mundial. Felipe Roque não está 100% fisicamente e foi ao Mundial como terceiro oposto, ao lado de Darlan (19 anos) e Wallace, que aceitou de última hora uma convocação de Renan.
Recentemente a posição de central também teve complicações. Isac, um dos melhores jogadores do Brasil na Liga das Nações, se machucou e ficou fora do Mundial. Lucão, titular absoluto há uma década, está no Mundial, mas não 100% fisicamente. Flavio e Aracaju são os outros dois centrais.
O técnico Renan, que fez um grande trabalho no último ciclo, com títulos na Copa do Mundo e Copa dos Campeões, além de um vice-campeonato mundial, está começando a ser questionado. Três grandes críticas têm sido feitas: o revezamento de líberos, a convocação de três opostos e apenas três centrais e a falta de tentativa de renovação. Os “que estão chegando”, como Adriano, Rodriguinho e Aracaju têm tido poucas chances, e Darlan e Cachopa ainda costumam ser pouco utilizados quando estão com Bruninho e Wallace em quadra.
O regulamento já colocou o Brasil em um grupo que pode ser complicado logo na primeira fase. Cuba é uma equipe que cresceu muito nos últimos anos e tem alguns dos melhores jogadores do planeta, embora ainda não tenha um elenco tão forte. O Japão evoluiu muito para fazer uma boa Olimpíada em casa e está ainda melhor em 2022, enquanto o Catar é uma incógnita, que conta com vários atletas naturalizados e tem ficado entre os melhores asiáticos em vários torneios.
O Brasil ser campeão seria uma grata surpresa. O Brasil não chegar sequer nas quartas de final seria uma péssima surpresa.
O jogo das quartas de final será o grande X da questão para uma boa ou má campanha nesse Mundial. Passando para a semi, o Brasil manterá a escrita de ter ido a todas semifinais das grandes competições neste século (Mundiais e Olimpíadas). Caindo nas quartas poderá ficar fora dos seis primeiros em uma competição (seja Mundial, Olimpíada, Copa do Mundo, Liga ou Copa dos Campeões) pela primeira vez em 45 anos.
Fonte: GE.