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Entre as inúmeras pautas do 8 de março, Dia Internacional da Mulher, estão duas que, nos últimos meses, ganharam muito destaque. Uma, com repercussão nacional, é o fim da escala 6 x 1. A outra, de âmbito estadual, é contra o Programa Estadual de Desenvolvimento e Uso Sustentável das Unidades de Conservação (Peduc), que transfere a gestão de áreas protegidas para o empresariado, com leilões previstos para 2025.
A tradicional Marcha do Dia Internacional da Mulher será na sexta-feira (7), com concentração às 9h, na Praça Costa Pereira, no Centro de Vitória, de onde seguirão para o Museu Capixaba do Negro (Mucane). A proposta de ir às ruas no dia 7 é porque, em dia de semana, é possível chamar mais atenção das pessoas para as pautas defendidas. O tema deste ano é “Basta de violência! Todas as mulheres nas ruas contra o machismo, o racismo, a LGBT+Fobia e o Fascismo”.
Emily Marques, integrante do Fórum de Mulheres do Espírito Santo (Fomes), que organiza a marcha, aponta que o fim da escala 6 x 1 é uma pauta do movimento feminista por “levar a classe trabalhadora à exaustão”, principalmente as mulheres. “As mulheres, que acabam exercendo o trabalho de cuidado, reprodução da vida e atuando de forma não remunerada em casa, querem tempo para se dedicar ao descanso, ao lazer, a outras coisas que quiserem fazer”, defende.
O fim da escala 6 x 1 é previsto na Proposta de Emenda à Constituição (PEC), de autoria da deputada federal Erika Hilton (Psol-SP), que propõe a redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais, sem diminuição salarial. Em todo o Brasil, inclusive no Espírito Santo, tem sido defendido por meio de manifestações organizadas principalmente pelo movimento Vida além do Trabalho (VAT).
Já o Peduc foi instituído pelo Decreto nº 5409-R e abrange os parques Paulo César Vinha (PEPCV), na região metropolitana; Itaúnas, em Conceição da Barra, no norte do Estado; Cachoeira da Fumaça (PECF), em Alegre; Forno Grande (PEFG) e Mata das Flores (PEMF), em Castelo, no sul do Estado; e Pedra Azul (Pepaz), em Domingos Martins, na região serrana.
Além da privatização dos parques, Emily destaca outras pautas ambientais, como a crise climática. “No Espírito Santo não temos um plano efetivo de enfrentamento aos impactos dessa crise. O que vemos é a devastação da natureza que ainda resta para beneficiar o agronegócio, grandes empresas e empreendimentos da construção civil. Há uma desvalorização e apagamento dos saberes ancestrais indígenas e quilombolas, principalmente, o que agrava muito mais a nossa situação”, aponta.
Ainda de acordo com Emily, as mulheres são as primeiras que sentem os impactos do aumento da temperatura, dos desastres ambientais e a escassez de água e alimentos. “Neste cenário violento de devastação ambiental, quem mais sofre os impactos são as mulheres pobres trabalhadoras das periferias, do campo e dos territórios tradicionais. Nós, mulheres capixabas, queremos justiça climática, que também é justiça de raça, classe e gênero”, diz.
Outras pautas que serão levadas para as ruas de Vitória são o fim do feminicídio, da violência sexual contra mulheres e meninas, do assédio, da fome e carestia, da violência obstétrica, dos cortes nas políticas sociais, do racismo, do genocídio da juventude negra e do sofrimento das mulheres e mães periféricas, e do capacitismo e da LGBTQIAPN+Fobia.
Além disso, reivindicações de alimentação saudável; valorização das mulheres do campo; reforma agrária; legalização do aborto; educação democrática, de qualidade e inclusiva; debate de gênero nas escolas; empregos formais; políticas públicas de gênero que reduzam a dupla ou tripla jornada de trabalho das mulheres; e preservação da democracia brasileira. Em relação a este último ponto, Emily destaca a necessidade de “afirmar a importância da democracia” e de não haver “anistia para golpistas”.
Fonte: Século Diário.