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16 de junho de 2025O médico Danilo Almeida explica como essas bebidas agem no organismo, quais são os sinais de alerta e os perigos de associá-las ao álcool.
O recente episódio de mal-estar do ator Rafael Zulu, que precisou ser hospitalizado após o consumo de energéticos, foi destaque no Fantástico (TV Globo) no último domingo (15/06) e reacendeu o debate sobre os riscos que esse tipo de bebida pode trazer quando ingerido em excesso ou sem acompanhamento profissional. O programa ainda apresentou dados de uma pesquisa que aponta que 22% dos brasileiros, especialmente das classes C, D e E, de até 29 anos, consomem energéticos fora de casa.
Popular entre jovens e adultos, o energético é frequentemente associado a festas, longas jornadas de trabalho e maratonas de estudo. No entanto, seu uso contínuo ou abusivo pode gerar sérias consequências para o organismo — especialmente para o sistema cardiovascular e neurológico.
Para o médico Danilo Almeida, pós-graduado em Nutrologia pela ABRAN e responsável pela Clínica Versio, o alerta é claro: “As bebidas energéticas promovem um estado de alerta artificial, que mascara o cansaço real do corpo. Isso pode desregular completamente o organismo, principalmente quando há privação de sono ou desidratação.”
Como o energético age no corpo?
As bebidas energéticas contêm substâncias estimulantes como cafeína, taurina e extrato de guaraná. Esses compostos atuam diretamente no sistema nervoso central, provocando uma liberação intensa de adrenalina e dopamina — o que gera uma sensação momentânea de foco, disposição e euforia.
O problema é que esse pico artificial pode ser seguido de efeitos colaterais como taquicardia, insônia, irritabilidade, ansiedade, aumento da pressão arterial, tremores e até arritmias. “Pessoas com predisposição à hipertensão, ansiedade ou problemas cardíacos devem evitar completamente esse tipo de bebida. Mas mesmo quem é saudável pode sofrer reações adversas quando o consumo é alto ou frequente”, explica Dr. Danilo.
Principais sinais de alerta após o consumo:
- Palpitações
• Dor no peito
• Tontura ou náusea
• Dor de cabeça intensa
• Suor frio
• Sensação de desmaio
Se algum desses sintomas aparecer, a recomendação é buscar atendimento médico imediato.
Combinar energético com álcool: um risco amplificado
A mistura de energético com bebida alcoólica, muito comum em festas e baladas, pode ser extremamente perigosa. “O energético disfarça a ação depressora do álcool sobre o sistema nervoso, fazendo a pessoa beber muito mais do que o corpo consegue tolerar. É como pisar no acelerador e no freio ao mesmo tempo. Isso pode levar à intoxicação, desidratação severa e alterações cardíacas”, alerta o médico.
E os pré-treinos? Eles são mais seguros?
Os chamados “pré-treinos” também geram dúvidas, especialmente entre quem busca aumentar o desempenho nas atividades físicas. Embora sejam vendidos com apelo esportivo, muitos deles contêm doses elevadas de cafeína e outros estimulantes. “A principal diferença é que os pré-treinos, em geral, têm uma formulação voltada para o desempenho físico — com compostos como beta-alanina, creatina e aminoácidos. No entanto, a presença de estimulantes ainda exige cuidado”, explica Dr. Danilo.
Segundo ele, o problema está no uso indiscriminado, sem avaliação prévia do metabolismo e dos sinais do corpo: “Muita gente toma o mesmo produto todos os dias, achando que vai render mais no treino. Mas cada organismo reage de forma diferente. O que melhora o desempenho de uma pessoa pode causar ansiedade, tremores, dores de cabeça ou pressão alta em outra.”
Outro ponto de atenção é que grande parte dos pré-treinos disponíveis no mercado contém doses padrão, sem qualquer ajuste para idade, peso, histórico clínico ou genética — o que aumenta os riscos, especialmente a longo prazo. “Não é porque está na prateleira da loja que é seguro para todos. Em alguns casos, pode ser até mais agressivo do que o energético comum”, reforça o médico.
Existe um consumo seguro?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo máximo de 400 mg de cafeína por dia para adultos saudáveis, o que equivale a cerca de quatro xícaras de café ou duas latas de energético padrão. Acima disso, os riscos crescem significativamente.
“O fato de um produto ser vendido livremente não significa que ele seja inofensivo. Sempre que houver sintomas como insônia, taquicardia, irritabilidade ou fadiga crônica, é preciso reavaliar o uso desses estimulantes com acompanhamento médico”, orienta Dr. Danilo. Ele ainda reforça um ponto essencial: “Nenhum suplemento substitui o básico. Sono reparador, alimentação equilibrada, hidratação adequada e pausas para descanso são insubstituíveis. Se o corpo está cansado, ele precisa de repouso — não de um empurrão químico.”
Danilo Nunes Almeida (CRM/ES 17592) é médico pós-graduado em Nutrologia pela ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia) e pós-graduando em Metabolômica pela Academia Brasileira de Medicina Funcional Integrativa. Atua com foco em emagrecimento, saúde hormonal, saúde intestinal e medicina de precisão. Fundador da Clínica Versio, localizada em Vitória (ES), é especialista em transformar dados clínicos, como genética, microbiota e hipersensibilidades alimentares, em estratégias de tratamento personalizadas, com foco em resultados reais e sustentáveis. Saiba mais: https://www.instagram.com/clinicaversio/ https://www.instagram.com/drdaniloa/
Fonte: Multiverso Comunicação.