
Mercado vegetariano e orgânico mantém crescimento apesar da crise
16 de maio de 2022
Governo do Estado investe no enfrentamento da extrema pobreza no Espírito Santo
16 de maio de 2022A vegetação costeira tem a função de amortecer o impacto da maré durante tempestades e outros eventos climáticos. Em locais onde a restinga é pisoteada ou suprimida, a possibilidade de que o mar avance é muito maior do que em pontos onde a vegetação está saudável.
Há duas semanas foi registrado um nível mais alto da maré. O fenômeno, um tanto quanto atípico, junto à frente fria, provocou o empilhamento na zona costeira, que foi atingida por fortes ondas. O mar chegou a invadir ruas, principalmente em pontos onde a restinga está devastada.
Na Praia do Sauê, por exemplo, a maré alta impactou principalmente um trecho onde ocorreu a supressão irregular da vegetação. A água do mar avançou até a rua. É exatamente neste local que a Secretaria de Meio Ambiente de Aracruz (Semam) priorizou o trabalho de proteção e plantio da restinga, realizado na manhã desta sexta-feira (13), com ajuda de moradores.
“Na última ressaca o mar entrou por esse trecho onde a restinga foi devastada no passado, então é justamente nesse ponto que a gente priorizou os esforços”, contou o biólogo da Semam, Fabrício Rosa.
O comerciante Alexandre Coelho, de 39 anos, fez questão de ajudar nos trabalhos, e com apoio de outras pessoas já produziu cerca de cem mudas de salsa da praia, uma espécie nativa que ajudará na regeneração costeira. “Fizemos também um campinho de areia para a comunidade, no local que era depósito de lixo, em frente à restinga. Quando não tem cercamento, a restinga vira estacionamento de carro, o que devasta a vegetação. Aqui é um local de preservação, já vimos lobo guará, guaxinim, além de ser um santuário de guaiamuns, animal que corre risco de extinção”, disse ele, ressaltando a importância de proteger a vegetação.
Algo semelhante aconteceu na Praia da Biologia durante a última ressaca, quando trechos onde a restinga estava mais debilitada sofreu impactos severos. Gabriel Ruschi, ambientalista e mentor da Estação Biologia Marinha Augusto Ruschi (Ebmar), acionou a Semam para relatar a situação e recebeu insumos para realizar o cercamento de proteção. Voluntários da Ebmar e da Associação de Moradores da Praia da Biologia fizeram todo trabalho e ainda replantaram o local utilizando bromélias, cultivadas na Estação.
“A restinga saudável resiste a isso, ela sofre o impacto, mas se recupera. Porém, uma restinga que não está saudável, que foi muito mexida, pisoteada, ela sente mais, e são nesses locais onde o mar avança com mais força. Normalmente os pontos onde não há restinga consolidada o mar avança mais”, explicou o ambientalista.
De acordo com a Semam, a boa relação entre o poder público e comunidade é fundamental para promover a proteção da natureza. Os trabalhos na Praia do Sauê continuarão nos próximos dias.
Fonte: Prefeitura de Aracruz.