Alopecia: saiba o que é e como tratar a doença que afeta a esposa de Will Smith

A doença despertou a atenção do mundo inteiro após o marido da atriz Jada Pinkett desferir um tapa no rosto do comediante Chris Rock, durante a cerimônia do Oscar no último domingo (27).

No último domingo (27), a cerimônia de premiação do Oscar foi marcada por uma cena que ganhou destaque no mundo inteiro: o ator Will Smith deu um tapa no rosto do comediante Chris Rock, após uma piada de mau gosto sobre a aparência de Jada Pinkett, esposa de Smith. 

Chris comparou Jada com a personagem vivida pela atriz Demi Moore, em 1997, no filme “O limite da honra”. Moore precisou raspar os cabelos para viver a protagonista, uma mulher que participou pela primeira vez do treinamento das forças especiais da marinha americana.

Acontece que Jada Pinkett sofre de uma doença autoimune que provoca falhas capilares: a Alopecia Areata. A patologia é caracterizada pela perda de cabelo em áreas que deveriam estar preenchidas. O nome “alopecia” é um termo geral que abrange todas as quedas de cabelo, que podem atingir homens e mulheres de todas as idades.

No ano passado, o ator brasileiro Lucas Penteado também despertou a atenção para a doença por causa das várias falhas no cabelo, durante sua participação em um programa de reality show.

Segundo a médica dermatologista e tricologista, Luciana Passoni, o organismo cria anticorpos que agem contra o o folículo piloso, fazendo com que aconteça a perda dos fios.

“A doença provoca uma inflamação, fazendo com que os fios caiam. Ela pode acontecer de forma circunscrita, ou seja, bem delimitada, em círculos do tamanho de uma moeda de um real, acometendo o couro cabeludo com uma ou mais falhas. Porém, o problema pode se estender para toda a cabeça e até mesmo o corpo inteiro”, explicou.

A Alopecia Areata é uma doença bastante frequente, podendo atingir cerca de 2% da população. No caso de haver predisposição genética, também pode ser associada a gatilhos ambientais, de fundo psicossomático, como stress e depressão. 
A Alopecia Areata tem surgimento, mais frequentemente, antes dos 30 anos e é raro após os 50. Porém, pode atingir, inclusive, crianças. Passoni disse ainda que houve uma relação muito alta da queda de cabelo no pós covid-19: “Nos últimos dois anos, os casos que chegaram na clínica aumentaram 300%. É importante lembrar que a covid é muito inflamatória e acaba atingindo o couro cabeludo”.
Chances de reverter a alopecia aumentam quando o diagnóstico é rápido
Luciana Passoni destaca que um dos principais sinais da alopecia está na maneira com que a queda se caracteriza: ela não é uniforme! Acontece em regiões temporais (acima das orelhas, por exemplo). 
“O principal exame para o diagnóstico da doença é o clínico, mas a constatação vem por meio de uma exame chamado tricoscopia local. É indolor e não é invasivo. Ele consiste em uma lente que aumenta de 30 a 700 vezes a visão da região afetada. Por meio dele, o especialista consegue ver a falta de cabelo com precisão”, disse a médica.

A boa notícia fica por conta do prognóstico de cura. O quanto antes a doença for descoberta, maiores as chances de reverter o problema. 

A abordagem terapêutica se apresenta de diversas formas. Ela vai depender do subtipo clínico e das condições de saúde do paciente.

O tratamento pode incluir, dependendo do caso, o uso de corticóides locais e injetáveis, imunomoduladores e medicações imunobiológicas (usadas apenas em casos onde a alopecia atinge todo o corpo). Neste caso, são consideradas medicações de alto custo.

Vale lembrar que a intervenção deve acontecer de maneira individualizada e devidamente determinada por um médico dermatologista. A doença não tem cura definitiva, mas existe controle. Outro fato importante a ser destacado é que a alopecia não é contagiosa.

Fonte: Folha Vitória.