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23 de julho de 2024Tela azul. Foi com essa cena que muitos profissionais se depararam em seus aparelhos Microsoft na manhã desta sexta (19) após falhas nos sistemas de segurança da empresa norte-americana CrowdStrike, a qual provê serviços de proteção de dados relacionados à computação em nuvem para essa e muitas outras organizações mundiais. Problemas deste tipo podem, infelizmente, acometer negócios dos mais diversos portes e segmentos, o que ressalta a importância de investir em soluções seguras que cuidem dos dados corporativos e minimizem os riscos que possam decorrer dessas falhas ou invasões hackers.
Segundo a dona do Windows, uma das empresas mais afetadas por esse apagão tecnológico, o problema aconteceu em seu software cloud Azure, o qual usa a ferramenta da norte-americana conhecida como Falcon. Com a falha, seus serviços foram interrompidos, afetando, diretamente, grandes informações que estavam hospedadas neste sistema em nuvem, os quais podem incluir dados referentes a seus clientes, por exemplo. Apesar de ser sido resolvido em poucas horas, certos resquícios residuais permanecerem em alguns servidores, o que evidencia os dois lados da moeda do sistema cloud para o mercado.
Diante da intensa e constante digitalização corporativa, o mercado cloud vem crescendo a níveis positivos em prol da maior segurança e otimização da gestão de informações. Em dados da McKinsey, como prova dessa importância, a computação em nuvem pode gerar até US$ 3 trilhões com a redução e otimização de custos e contribuir com a geração de novos modelos de negócios até 2030.
Fatores como agilidade, eficiência, melhor custo-benefício e, principalmente, a segurança, tem feito com que, cada vez mais, as organizações compreendam a importância de estabelecer a gestão em cloud. Não é à toa, temos grandes players de mercados consolidados nessa modalidade, que exploram cada vez mais suas funcionalidades na prestação de serviços.
Por outro lado, mesmo com uma ampla conscientização no mercado, é fundamental acender o alerta da importância de considerar uma série de aspectos antes de escolher o provedor, a fim de evitar uma contratação equivocada. Afinal, não são poucos os casos de empresas deste serviço tentando convencer seus clientes de que possuem a melhor oferta quando, na verdade, não têm qualquer tipo de especialização e conhecimento necessários para isso.
Essa realidade tem feito com que, infelizmente, muitos usuários se enganem e tenham uma experiência catastrófica na utilização do serviço, potencializando a maiores chances de riscos para o negócio. Sendo assim, mais do que olhar o preço, na hora de escolher o provedor em cloud, é importante se atentar para alguns aspectos. Veja sete deles:
#1 Propriedade e controle: é comum que, para “fisgar” o cliente, algumas empresas ofereçam o total manuseio das operações. Mas, é importante questionar: isso é realmente vantajoso ou oportunista? Afinal, a ideia de contratar um servidor em nuvem é ter o apoio no gerenciamento e manutenção da nuvem, otimizando o tempo da equipe e garantindo a segurança.
#2 Gerenciamento e backup: complementando o tópico anterior, é necessário avaliar se a provedora possui um time direcionado na gestão da nuvem, garantindo a continuidade das operações diariamente. Além disso, é crucial averiguar qual a frequência em que é feito o backup, a fim de garantir a segurança e proteção dos dados.
#3 Escalabilidade e flexibilidade: esse é um aspecto que precisa de muita atenção, afinal, a utilização da nuvem se torna atrativa para muitos, pois existe a opção de pagar apenas pelo aquilo que usa. No entanto, na eventual necessidade de aumento de capacidade, a empresa consegue garantir? É essencial checar se o serviço prestado não se trata de um Data Center, que exige um ponto físico e demanda um alto custo para expansão.
#4 Preço: este tópico é algo sensível nas corporações, que estão sempre na busca pelo melhor custo-benefício. Entretanto, é importante avaliar se o valor envolvido leva em conta todas as conformidades regulatórias, bem como ponderar no caso de uma nuvem estrangeira, se a precificação não está de acordo com a moeda da sua matriz, de forma que, quando convertida para o Brasil, possua algum tipo de diferenciação.
#5 Localização geográfica: qual a origem da nuvem? Por ser uma tecnologia que independe de um ponto físico, ela pode operar a partir de diversos lugares. Por isso, é importante solicitar a demonstração do seu desempenho, para conferir questões como a velocidade, latência e transição.
#6 Integração e compatibilidade: cada empresa possui o seu software. Deste modo, é preciso garantir que a nuvem tenha capacidade de integração com a ferramenta, bem como, em uma eventual troca de sistemas, tenha a capacidade de se adequar e exportar os dados com alta efetividade.
#7 Histórico e reputação: pesquise sobre a marca. É essencial verificar se a provedora tem, de fato, experiência na prestação de serviço, qual a sua avaliação no mercado e referências de projetos anteriores de sucesso.
Atualmente, vivemos o chamado “canibalismo empresarial”, que é quando um grupo de empresas concorrentes começam a adotar práticas não éticas e, nessa competição, vale tudo, inclusive, a promessa da oferta de serviços abaixo do preço, o que, para o cliente, parece ser algo vantajoso, e faz com que deixe de olhar os aspectos técnicos extremamente importantes no ato de contratação.
Esse descuido no ato da escolha da nuvem pode ser revertido na maior exposição à riscos de segurança como, por exemplo, ciberataques, exposição de dados, interrupção das operações, entre tantos outros que podem comprometer o desempenho do negócio. Sendo assim, todo cuidado é essencial e, mais do que escolher uma opção atrativa, é preciso se atentar em comprovar se aquilo que é prometido será, de fato, cumprido.
As nuvens mostram que, para a tecnologia, o céu não é o limite. Entretanto, é essencial tomar cuidado com as tempestades que podem surgir quando o provedor não tem domínios do clima e passam uma previsão do tempo equivocada.
Fonte: InformaMidia