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26 de dezembro de 2022O dia 25 de dezembro, data em que o Natal é celebrado, ficou marcado como o dia em que a tragédia em duas escolas de Aracruz fez um mês; relembre os detalhes do caso, que ganhou repercussão nacional
O atentado a duas escolas de Aracruz, que deixou três professoras e uma estudante mortas, completou um mês neste domingo (25). Na tragédia, em que um adolescente de 16 anos entrou nas duas instituições atirando, outras 12 pessoas ficaram feridas e precisaram ser socorridas.
O ataque aconteceu na manhã de 25 de novembro, na Escola da Rede estadual EEEFM Primo Bitti e na escola particular, Centro Educacional Praia de Coqueiral (CEPC). Os ataques foram realizados pelo adolescente, que estava armado com uma pistola .40 e um revólver 38, que pertencia ao próprio pai, que é policial militar.
Cronologia dos fatos
O primeiro alvo do atirador foi a Escola da Rede Estadual Primo Bitti.
Em seguida, ele foi para uma escola particular, o Centro Educacional Praia de Coqueiral (CEPC).
O adolescente, que confessou o crime, não teve o nome divulgado por ser menor de idade. No momento do ataque, ele usava roupa camuflada, uma máscara de caveira e um bracelete com o símbolo nazista.
O suspeito chegou ao local a bordo de carro no modelo Renault Duster, cor dourada e com as placas cobertas. Na escola estadual, ele atirou contra professoras. Três morreram.
Em seguida, ele entrou no carro e se dirigiu para a escola particular, onde entrou correndo e efetuou diversos disparos. Uma adolescente de apenas 12 anos morreu.
Criminoso era ex-aluno
O secretário de Estado da Educação, Vitor de Angelo, explicou que o adolescente estudou na Escola Estadual Primo Bitti até junho deste ano, quando foi transferido para outra escola. O nome da unidade não foi informado.
“Fizemos uma análise rápida. Não estou preocupado com desempenho de nota. Minha preocupação é saber, por exemplo, se ele era aluno especial. Isso poderia indicar alguma situação. Ele não era. E depois se havia na ficha alguma anotação de conflito, também não havia nada. Não há nada além do registro escolar”, disse.
O atirador disse em depoimento à Polícia Civil que se preparou para os ataques com base em vídeos disponíveis no Youtube. Para o delegado-geral da Polícia Civil do Estado, José Darcy Arruda, o adolescente pode realmente ter aprendido a manusear as armas com base em vídeos, mas existe também a possibilidade de ele ter recebido instruções de maneira presencial, o que será investigado.
“O adolescente disse em depoimento que aprendeu pelo YouTube, mas ele pode ter aprendido de forma presencial ou virtual”, confirmou Arruda.
A prisão
A prisão do adolescente aconteceu no mesmo município e no mesmo dia do crime, 25 de novembro. Ele foi encaminhado à Delegacia Regional de Aracruz, onde chegou acompanhado da mãe.
O julgamento
No dia 7 de dezembro, o atirador foi julgado pela Vara da Infância e Juventude do município. A decisão informou que o menor cumprirá medida socioeducativa com o prazo máximo de 3 anos, como prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Segundo o juiz, apesar do adolescente não cumprir pena, já que é considerado inimputável pela lei brasileira, ele passará por avaliação semestral, como uma forma de acompanhá-lo de perto.
Além disso, o magistrado determinou que sejam feitas avaliações psiquiátricas para avaliar a periculosidade do atirador. Se ao final dos três anos de internação ficar comprovado que ele, por questões mentais, representa risco à sociedade, poderá ser internado em uma espécie de manicômio, como aconteceu no caso “Champinha”, em São Paulo.
“A maior tragédia que nossa cidade já viu”, disse prefeito
No dia da tragédia, o prefeito de Aracruz, Dr. Coutinho, falou com a reportagem do Folha Vitória diretamente de uma das escolas alvo do atentado.
“Estava em meu gabinete, na Prefeitura, por volta das 10h da manhã, quando me disseram o que tinha ocorrido É a maior tragédia que nossa cidade já viu; a cidade toda está chocada. Na escola estadual, todas as vítimas são professores. Uma tristeza. Já estamos recebendo reforços na segurança, as aulas ficam suspensas até segunda-feira”, disse o prefeito.
Vítimas que morreram no atentado
– Maria da Penha Pereira de Melo Banhos, de 48 anos;
– Cybelle Passos Bezerra Lara, de 45 anos;
– Selena Sagrillo Zucoloto, de 12 anos;
– Flávia Amboss Merçon Leonardo, de 36 anos.
Degina Rodolfo de Oliveira Fernandes, de 37 anos, é uma verdadeira sobrevivente. A professora de Inglês foi alvo de cinco tiros durante o ataque. A professora ficou internada por 22 dias no hospital Jayme dos Santos Neves, e recebeu alta no dia 16 de dezembro.
Mãe de três filhos — gêmeos de 7 anos e um bebê de apenas 9 meses — a professora contou que as coisas simples a alegram após a volta para casa, como sentir o cheiro do bebê.
“Foi emocionante, meus filhos me abraçaram, o bebê sorriu para mim. Não consigo pegar o bebê no colo por causa do braço, mas vê-lo, poder cheirar ele já me deixa feliz”, disse.
Sandra Guimarães, 58 anos
Sandra Guimarães, de 58 anos, precisou passar por uma cirurgia, em virtude de uma fratura, mas já recebeu alta do hospital. Em um vídeo, quando estava no hospital, ela mostrou a maneira que encontrou de enfrentar o tempo que ficou internada. Por meio da música, ela conseguiu se refugiar e encarar a realidade de maneira mais leve.
Aristênia Torres, 51 anos, e Thais Pessotti da Silva, 14 anos
No dia 14 de dezembro, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que o estado de saúde da professora Aristênia Torres, de 51 anos, era estável, e que ela estava na enfermaria.
No último boletim divulgado Sesa, em 16 de dezembro, foi informado que, a pedido da paciente, o estado de saúde dela não fosse mais divulgado, portanto, não há outros detalhes.
Baleada na cabeça, a estudante Thais Pessotti da Silva, de 14 anos, chegou a ficar em uma UTI e segue internada em uma unidade particular. Não há outros detalhes sobre o estado de saúde da vítima.
Fonte: Folha Vitória.