“Escola no Aricanga”: alunos do 9° ano da EMEF “Ezequiel Fraga Rocha” conhecem riquezas do bioma que cercam o Parque Natural
26 de maio de 2022Agendamento de serviços do Governo do Estado será feito em novo site
26 de maio de 2022Coordenadora da iniciativa disse aos deputados do colegiado de Saúde que a falta de insumos é um dos problemas enfrentados
A prevenção e o tratamento do câncer de pele na população rural e a realidade de pessoas albinas no Espírito Santo foram temas na reunião da Comissão de Saúde nesta terça-feira (24).
A cirurgiã plástica Patrícia Frasson apresentou o Programa de Assistência Dermatológica (PAD) do curso de Medicina da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Ela é a coordenadora-geral do programa de extensão que auxilia a população rural no diagnóstico e no tratamento do câncer de pele e orienta o público-alvo sobre como se proteger da doença.
O programa existe desde 1986. O foco do atendimento é evitar que o câncer de pele chegue a desenvolver grandes lesões, reforçando a importância da prevenção. “É uma população submetida à intensa radiação solar em virtude de seu trabalho essencialmente agrícola, com início muitas vezes na infância. Depois dos 40 anos o preço começa a ser cobrado com aparecimento das lesões de câncer de pele”, apontou a médica.
O programa atende cerca de 3 mil pessoas por ano em 11 municípios: Afonso Cláudio, Baixo Guandu, Domingos Martins, Itaguaçu, Itarana, Laranja da Terra, São Gabriel da Palha, Pancas, Santa Maria de Jetibá, Vila Pavão e Vila Valério. O PAD realiza mutirões de atendimento nas cidades do interior, onde são realizadas consultas, procedimentos e pequenas cirurgias. Os casos mais graves são encaminhados para o Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam), em Vitória.
Patrícia explicou que uma das principais dificuldades para manutenção do PAD é a falta de insumos. “Nossos materiais cirúrgicos se desgastam com o tempo. A falta de repasse financeiro dificulta a reposição desses materiais. Então a gente precisa de apoio nessa demanda para continuar dando apoio e atendimento à população”.
Em 2018, o PAD assinou termo de cooperação técnica com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e prefeituras. O termo não envolve repasse de recursos, mas a disponibilização de locais para os atendimentos e profissionais para auxiliar a equipe.
O programa de extensão de universidades federais só pode receber recursos do governo federal ou por transferência, por meio das fundações de apoio credenciadas às unidades de ensino superior.
No caso do PAD, os recursos de doações podem ser captados por meio do gerenciamento da Fundação Espírito-santense de Tecnologia (Fest), possibilitando transparência a todos os envolvidos.
O vice-presidente da Comissão de Saúde, deputado Dr. Emílio Mameri (PSDB), solicitou à especialista um levantamento dos insumos que estão em falta para tentar captar os materiais e garantir a transferência por meio de fundação.
“A única maneira de transferência de recursos do governo do Estado é através de fundação. Com um documento especificando o quantitativo dos materiais necessários aos atendimentos do PAD podemos buscar doações para manter os serviços, com toda a transparência e segurança”, apontou o deputado.
Albinismo
A comissão recebeu ainda uma representante da comunidade albina capixaba. Josiane dos Santos defendeu a necessidade de políticas públicas específicas para as pessoas com albinismo, condição genética de falta de pigmentação na pele. O albinismo traz dificuldades para além da cor da pele, dos olhos e dos cabelos, como problemas oftalmológicos e grande sensibilidade cutânea. Josiane apontou a falta de medidas voltadas para esse público, como acompanhamento médico e adequação do ambiente escolar.
A reunião também teve a presença dos deputados Doutor Hércules (Patri), presidente do colegiado de Saúde, e Luciano Machado (PV), membro efetivo.
Fonte: Assembleia Legislativa Espírito Santo.