Preço do etanol sobe em 17 Estados e se estabiliza em 4 na última semana, diz ANP
6 de fevereiro de 2023Governo Municipal recebe estudo com regulamentações da nova lei de licitações
7 de fevereiro de 2023Capixaba passa na faculdade de Direito mais disputada do Brasil e dá dicas de estudos
Para o jovem, que passou em segundo lugar logo na primeira tentativa, o mérito é consequência de uma jornada de muitos estudos
Filipe Araújo Pedra acabou de completar 18 anos no mês de janeiro. De presente, recebeu a aprovação com a qual sonhou conquistar: passou no vestibular da Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest) para o curso de Direito da Universidade de São Paulo (USP).
A faculdade de Direito da USP é também chamada de “Largo de São Francisco”, sendo considerada a mais disputada do Brasil para formação de juristas. A instituição foi responsável pela formação de diversos presidentes da República, entre eles Jânio Quadros e Júlio Prestes.
Para o jovem rapaz, que passou em 2º lugar logo na primeira tentativa, logo após conclusão do 3º ano do ensino médio, o mérito todo é consequência de uma jornada de muito estudo e interesse multidisciplinar.
“Sempre fui um bom aluno na escola, me destaquei, tive boas notas, consegui assimilar os conteúdos. Ganhei medalhas em olimpíadas científicas, como a brasileira de Astronomia, de Matemática, além de prêmio destaque em simulação da ONU. Ano passado, inclusive, entrei na Sociedade Nacional de Honra dos Estudantes, nos Estados Unidos, em que os alunos com protagonismo são aceitos”, iniciou.
Segundo ele, o terceiro ano foi a consolidação de uma base que ele construiu ao longo do tempo. “Também procurei direcionar os estudos para a Fuvest, em especial para a Faculdade de Direito da USP”, acrescentou.
Aprovado recomenda estudo de matérias específicas
Além dos conteúdos gerais, Filipe contou que procurou estudar conteúdos mais específicos cobrados pela Fuvest, entre eles História e Geografia de São Paulo, além das nove obras literárias exigidas, que são essenciais para responder às questões de literatura na prova.
“Alguns conteúdos de matemática que não estão no Enem, como números complexos, também são cobrados. Mas além de olhar para esses conteúdos, eu também procurei imprimir provas antigas para de fato conhecer a banca e a prova e ver como os conhecimentos eram cobrados”, ressaltou.
Para ele, foi fundamental ter uma noção antecipada de como seria o padrão de prova que viria a fazer. “Fazer provas antigas permite, além de treinar habilidades importantes, como tempo de resolução dos exercícios, passar para o gabarito, observar padrões, o que é mais recorrente. Então acho que foi uma ótima forma de consolidar o estudo”, narrou.
“A minha família tem uma ligação com o Direito. Meu avô paterno só estudou até a quarta série, mas o sonho dele era ter se tornado advogado. Infelizmente não foi possível. Então hoje fico muito feliz de duas gerações depois ocupar esse espaço na faculdade de Direito mais tradicional do país”, contou Pedra.
O jovem também contou que os pais são juristas, mas que isso, em nenhum momento, o forçou a alguma decisão, sendo que tudo surgiu de forma natural. Ele disse que via o trabalho deles no dia a dia e que isso o inspirava.
“Apesar de eu, ao longo dos anos, ter tido um desempenho muito bom em matérias variadas, sempre fui muito interessado nas ciências sociais aplicadas, nas ciências humanas, nas relações interpessoais, no diálogo. Gosto de gente e do senso de justiça, de debater e solucionar problemas sociais. O amplo leque de opções de trabalho depois, tanto na iniciativa privada quanto em órgãos públicos, foram bem interessantes também”, revelou.
Gratidão pela conquista
Pedra contou que o sentimento que prevalece nele é de ser eternamente grato. “A sensação de passar em 2º lugar no Largo de São Francisco é de muita gratidão, dever cumprido, felicidade. Me sinto muito grato aos meus pais, que me apoiaram durante a jornada e agradeço também, claro, a Deus”, disse.
Mesmo com tanto esforço ao longo da vida, Filipe falou de um sentimento de surpresa que já começou na primeira fase do vestibular, em que a prova conta com 90 questões objetivas.
“Tive um resultado muito fora da curva, fiz 20 pontos acima da nota de corte para ir para a segunda fase. Nem imaginava, mesmo sabendo que tinha me preparado. Isso me deu um gás, uma confiança para continuar firme, mas ainda tinha muita água para rolar, a segunda fase viria com dois dias de prova. Coloquei o pé no acelerador e quando veio o resultado do 2º lugar fiquei muito grato”, agradeceu.
Jovem conciliou estudos com lazer e descanso
Filipe Pedra também falou sobre abdicação. Segundo ele, em uma estratégia para vestibulares competitivos, acaba que o um ritmo de estudo obriga o estudante a abdicar em alguns momentos de lazer e do ócio.
“Mas é sempre muito bom, tentar conciliar ao máximo esses momentos importantes para a nossa mente com o estudo. Além disso, não abandonei a minha fé”, finalizou.
Confira 5 dicas deixadas pelo aprovado na USP
1. Buscar construir uma base sólida em todas as matérias, porque isso permite ao candidato ser competitivo em qualquer vestibular. Isso também significa articular os conhecimentos e entender que vestibulares são bem interdisciplinares, então é sempre muito importante ter uma boa base em mais de uma área, para garantir uma nota consistente para alcançar uma boa nota e a aprovação;
2. Direcionar os conhecimentos específicos para a faculdade escolhida. “Como no caso da Fuvest, houve geografia e história de São Paulo. Tem que ver todo o conteúdo programático e detalhes daquele vestibular específico. Acho muito importante pegar os conteúdos gerais, regulares e procurar ter um conhecimento aprofundado deles. A Fuvest, além dos conhecimentos específicos, costuma cobrar os conhecimentos regulares de maneira mais complexa”, disse o jovem.
3. Fazer provas antigas: “acho fundamental para conhecer a banca, conhecer a forma como as questões são cobradas, o padrão da prova ao longo dos anos, a recorrência de determinadas matérias e tipos de questões e ao mesmo tempo saber controlar o tempo de prova, o tempo para cada matéria, saber fazer de forma mais rápida, para que nada seja uma surpresa”.
4. Conhecer o manual do candidato ou edital: “número de questões, quais matérias são cobradas, tempo de prova. No caso da Fuvest a segunda fase conta com dois dias de prova, sendo que o primeiro dia é igual para todos, com 10 questões discursivas de português e uma redação. No segundo dia são 12 questões discursivas que variam de acordo com o curso. então é preciso saber quais são, porque nelas é preciso mostrar maior desenvoltura. É importante conhecer o desafio para que nada seja uma surpresa”.
5. Estar bem consigo: “estar tranquilo, em paz, mental e espiritualmente, seja lá qual for a fé do candidato. No meu caso, sou católico, fiz novena para São Francisco, já que a faculdade leva o nome do santo. Acho que cada um, na fé que tem, é muito importante estar alinhado e tranquilo, para que não seja tomado por desespero e consiga fazer uma boa prova. Isso é até o mais importante de tudo. Não adianta saber o conteúdo e na hora da prova não conseguir responder às questões”.
Fonte: Folha Vitória.