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por Virgilio Marques dos Santos*
Ao refletir sobre sua trajetória profissional, seja sincero: já vivenciou momentos de pura sorte na carreira? Por pura sorte, me refiro a situações em que tudo se alinhou inesperadamente, atendendo às suas necessidades.
Se a resposta é sim, estamos juntos. Eu também enfrentei desafios inesperados, alguns dos quais me fizeram questionar o rumo da minha carreira.
O primeiro caso que gostaria de contar foi a minha entrada na consultoria. Eu me lembro da data: 15/9/2008. Estava animado com o crescimento da empresa familiar; os números iam bem e estávamos conseguindo pagar os investimentos feitos para a ampliação e modernização do pequeno parque fabril.
Como o negócio era de pequeno porte, utilizamos o próprio caixa para realizar o investimento, temerosos das linhas de financiamento disponíveis. Porém, a crise global, desencadeada pela quebra do Lehman Brothers, impactou drasticamente nossas operações. Diante da queda nas vendas, optei por deixar a empresa e explorar novas oportunidades.
Mudança de carreira: mais sorte que juízo
Naquela época, as vagas de trainee que existiam desde minha formatura – em dezembro de 2006 – ficaram escassas. O ingresso no mercado de trabalho estava complicado e, por isso, me dediquei a terminar o mestrado e aumentei o número de aulas que ministrava no período noturno no curso de Engenharia de Produção. Apesar do pouco retorno financeiro, foi a maneira que encontrei de terminar o que havia começado e garantir recursos básicos para a sobrevivência confortável.
Dois meses depois, um aluno – Júlio César Mariano – me propiciou um momento “mais sorte que juízo”, me oferecendo uma oportunidade inesperada de consultoria em implantação de ISO 9001. Aceitei, marcando o início de minha jornada na consultoria.
Essa oportunidade levou a outros projetos e, com o tempo, restabeleci meus ganhos pré-crise. Investi em estudos, concluí meu mestrado e iniciei o doutorado, direcionando-me para a área de melhoria de processos e inovação.
Para embarcar nessa linha da pesquisa, tinha de conseguir um coorientador que fosse adepto e referência na área, já que a linha do meu orientador era diferente. Mais uma vez, em conversa com um colega de doutorado, a “sorte” veio. Ele trabalhava com um professor que eu já conhecia da graduação; havia gostado muito de suas aulas de Estatística para engenheiros. Coincidentemente, ele estava no meu radar: outro professor, ao me ver perdido, já o havia sugerido.
Assim, pedi ajuda para me apresentar e a mágica aconteceu. Mais uma vez, as circunstâncias da vida me colocaram no caminho. E o resto é história. Hoje, do alto dos meus 39 anos, vejo como essas pequenas oportunidades foram importantes para a minha carreira.
Destaco, aqui, a importância de criar uma estrutura que favoreça a “sorte” em sua vida. Para mim, isso inclui uma rede de relacionamentos sólida e a disponibilidade para auxiliar outras pessoas. E também reservo um tempo para escrever minhas percepções – como esta, aqui – e para responder às minhas redes sociais. Essas práticas contribuíram significativamente para meu desenvolvimento profissional; é aprendizado, oportunidade, descoberta, enfim, é a vida sendo viva.
Fonte: Administradores