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3 de abril de 2023O vilão não é apenas o chocolate. Muitos alimentos servidos no almoço de Páscoa também podem intoxicar os pets, alerta especialista
A Páscoa é um momento especial para reunir a família, incluindo os pets. Porém, é fundamental que os tutores fiquem atentos aos cuidados com a saúde alimentar e segurança dos animais durante a comemoração.
O alimento mais tóxico para cães e gatos presente durante a Páscoa é realmente o chocolate, alerta Flavio Lopes, supervisor de assuntos veterinários da Hill’s Pet Nutrition Brasil. E os cães são mais sensíveis quando comparados a gatos.
O chocolate é composto por uma substância tóxica para cães e gatos conhecida como teobromina, encontrada também no café e no açaí, por exemplo. Ela pode causar intoxicação mesmo quando consumida em pequenas quantidades. “Quanto mais amargo o chocolate, maior a concentração de teobromina”, salienta Lopes.
Mesmo com os cuidados dos tutores, os pets podem acabar comendo chocolate longe da presença deles, por isso é importante ficar atento a algumas reações gastrointestinais como vômitos, que podem conter ou não sangue, poliúria (aumento na frequência urinária), além de sinais neurológicos como movimentos desarmônicos ao caminhar e convulsões.
Quando há uma ingestão grande do produto, o caso pode se tornar ainda mais grave, com o pet apresentando sinais de contração muscular mais rígida, aumento da frequência respiratória, temperatura corporal baixa e, arritmia, podendo incorrer, também, em caso de morte.
Outros riscos
Não é apenas o chocolate que traz risco para o pet. É preciso ter muito cuidado com outros alimentos servidos no almoço da Páscoa como bacalhau, alho, cebola, entre outros. “Muitos desses alimentos que estamos acostumados a consumir na Páscoa são tóxicos e fazem muito mal para os animais”, afirma Lopes.
O especialista orienta que a informação deve ser obtida sempre com o médico-veterinário de confiança, para explicar quais são as consequências de oferecer alimentos que podem acarretar reações adversas.
Segundo Lopes, pedaços de carne crua também podem ser perigosos pelo risco de estarem contaminados com bactérias, protozoários ou helmintos. Além disso, temperos como alho e cebola são perigosos pois contêm substâncias que podem causar danos às hemácias (células do sangue) causando anemia no pet, que pode ser aguda ou crônica.
Pets em tratamento exigem atenção redobrada
Os pets que fazem uso de alimentos coadjuvantes, precisam de alguns cuidados extras. Não deve ser oferecido nada além do alimento prescrito. “Se já temos que ter cuidado com animais sadios, os que estão recebendo alimentos terapêuticos precisam ser monitorados ainda mais de perto. Como eles estão se alimentando de uma dieta prescritiva, ela deve ser seguida à risca”, explica Lopes.
Segundo ele, esses alimentos contêm níveis nutricionais e ingredientes que são específicos para a enfermidade do animal em tratamento pelo médico-veterinário. Caso algo saia do controle, qualquer outro produto comestível que for oferecido pode agravar a enfermidade ou então fazer não surtir o efeito desejado da dieta terapêutica.
Cuidado com embalagem e brinquedos
Além dos alimentos, outro cuidado importante que o tutor deve observar são as embalagens e os pequenos brinquedos ou componentes desses embrulhos que podem ser engolidos pelos pets, principalmente os filhotes.
Alguns ovos de páscoa contêm brinquedos que possuem peças muito pequenas e eles podem gerar curiosidade ao pet que usa a boca como forma de entender o que é o objeto. “Isso representa um perigo maior para filhotes, pois eles são, por natureza, mais curiosos e a chance deles engolirem algo é muito maior”, avisa Lopes.
Se o tutor desconfiar que seu bichinho ingeriu um pedaço de embalagem ou de um brinquedo, Lopes orienta levá-lo ao médico-veterinário que poderá indicar ou não a realização de exames de imagem, como um raio x, e dependendo do caso, o pet poderá passar por uma cirurgia para retirar o corpo estranho, visto que ele pode obstruir o trato gastrointestinal ou até mesmo perfurar algum órgão.
Observação e alimentos adequados são as melhores prevenções
Hoje existem no mercado brasileiro petiscos próprios para os animais que remetem ao nosso costume de oferecer chocolate na Páscoa. Lopes cita os chocolates próprios para cães que não possuem teobromina na composição e que podem ser oferecidos. E alerta que a ideia é sempre utilizar alimentos e brinquedos que sejam próprios para o pet.
A prevenção e conscientização orientadas pelos veterinários são os melhores caminhos para evitar intoxicações. “O profissional deve ser sempre acionado pelo tutor, quando surgir qualquer dúvida sobre qual alimento pode ou não ser oferecido. Não tem certeza, não ofereça”, ressalta Flavio.
Fonte: Folha Vitória.