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31 de janeiro de 2023A geóloga Fernanda Avelar Santos destaca que o lixo do mar, principalmente de cordas de pesca feitas de plástico, está se incorporando às rochas
O aumento da produção e consumo de materiais não recicláveis, como por exemplo o plástico, está ameaçando um grande paraíso na Ilha da Trindade, localizada a mil quilômetros da costa do Espírito Santo. No local, cientistas brasileiros descobriram rochas feitas de plástico em uma área de preservação ambiental.
Segundo os especialistas, essa é a primeira vez que o plástico é encontrado dessa forma na natureza aqui no Brasil. A partir da descoberta, pode-se entender os que impactos humanos na Terra estão se estendendo aos ciclos geológicos.
A descoberta foi realizada pela doutoranda de pós-graduação em Geologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Fernanda Avelar Santos, quando realizava o mapeamento dos riscos geológicos, no ano de 2019. “Encontramos detritos plásticos que têm a aparência de rocha, é a primeira ocorrência no mundo com o material identificado em variados modelos”, ressaltou.
A especialista destaca que o lixo proveniente do mar, principalmente de cordas de pesca feitas de plástico, está se incorporando às rochas. Entretanto, o ser humano é o principal agente e faz com que o processo ocorra de maneira mais rápida.
São necessários mais estudos para entender o prejuízo completo que essa ação vai gerar ao meio ambiente. Entretanto, Fernanda destaca que, o estudo já mostra como o ser humano está afetando a estrutura do planeta Terra.
“O ser humano está deixando o seu registro, a sua marca na história geológica da Terra. Por meio das ações humanas, ele está mudando a composição do planeta. O lixo no mar, a poluição e o descontrole reflete nessas amostras”, explica a geóloga.
Os especialistas também ressaltam que diversas espécies de aves se reproduzem na ilha, que abriga ainda tartarugas, peixes e recifes de corais.
Plástico é permanente na natureza
O professor de Oceanografia e Ecologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Luiz Fernando Schettino, explica que essa poluição é ruim para o ambiente e é uma alteração que gera impacto na vida marinha, na cadeia de produção e consequentemente no ser humano.
“O plástico é um poluente considerado permanente na natureza, existem materiais plásticos que existem há centenas de anos no meio ambiente. Além disso, o microplástico entra na cadeia ecológica, o que afeta a cadeia e leva à morte de espécies marinhas”, descreve.
O oceanógrafo destaca que é necessário educar a população, não apenas em sala de aula, mas deve-se mostrar que caso as ações não sejam realizadas no presente, o futuro do meio ambiente será comprometido. “É uma ação difícil, mas devemos ter a determinação de realizar a mudança, por meio dos governantes e da sociedade”, afirma.
Fonte: Folha Vitória.