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27 de dezembro de 2022Médica veterinária orienta sobre medidas e medicamentos que podem amenizar os danos aos animais de estimação
Os períodos de comemorações, como o fim de ano e os campeonatos de futebol, acendem o alerta de perigo para os animais.
Se os ruídos dos fogos de artifício fossem quatro vezes mais altos, com certeza seriam extremamente desconfortáveis para a maioria das pessoas. É dessa forma que os pets percebem o barulho da queima de fogos.
Enquanto os seres humanos captam sons entre 16 e 20.000 Hertz (Hz), os cachorros escutam sons entre 10 e 45.000 Hz e os gatos mais jovens até 100.000 Hz.
Por isso, os ruídos dos fogos de artifício podem causar desde medos, traumas, posturas agressivas, tentativas de fugas até laceração dos tímpanos, ataque cardíaco, desmaios, automutilações, convulsões ou, mesmo, a morte em animais mais sensíveis ou com comorbidades.
Dessa forma, os tutores devem tomar medidas preventivas. Inclusive em cidades nas quais as queimas de fogos com estampidos já são proibidas, pois, infelizmente, não é toda a população que cumpre as regras.
Como preparar o animal para a queima de fogos
Segundo a médica veterinária e consultora da rede de farmácias de manipulação veterinária DrogaVET, Farah de Andrade, tentar habituar os pets a sons altos e de fogos é uma boa alternativa.
Ou seja, coloque uma música para o animal ouvir frequentemente e aumente o volume aos poucos, isso fará com que ele se acostume. Também é importante associar o momento a algo que o pet goste, como brincadeiras, carinho e petiscos.
Aproveite eventuais queima de fogos para associar a recompensas positivas e mostrar tranquilidade ao animal também contribuirá para a prevenção de respostas extremas em momentos de festejos mais intensos.
Os medicamentos fitoterápicos e florais de Bach também são grandes aliados. “É importante consultar um médico veterinário para que ele indique o medicamento mais adequado e a dose correta para o pet, de acordo com o seu peso e as suas condições de saúde. O ideal é iniciar o tratamento com pelo menos uma semana de antecedência ao episódio de queima de fogos”, esclarece a veterinária.
Valeriana, Kawa-kawa, passiflora, L-triptofano e melatonina são algumas opções naturais para a prevenção e podem ser manipuladas em formas farmacêuticas flavorizadas que auxiliam a administração.
“Medicar um animal nem sempre é uma tarefa fácil, especialmente os gatos. Por isso, a manipulação de medicamentos faz tanta diferença nos tratamentos. O tutor pode oferecer o medicamento em forma de biscoito no sabor bacon ou calda sabor caramelo, por exemplo, o que vai fazer com que o pet aceite facilmente”, argumenta Farah.
Ela ainda destaca que “nos momentos de estresse ou para um animal mais sensível, esse diferencial pode ser um fator decisivo para a adesão ao tratamento”. Porém, a médica veterinária também orienta sobre a manipulação de Florais de Bach.
“Existem fórmulas que combinam mais de um floral, atuando especialmente no medo. Já o floral emergencial atua em situações de mudanças repentinas, viagens e crises de ansiedade, proporcionando tranquilidade. Uma boa opção para termos sempre em casa”, disse.
É muito importante que o animal doméstico não esteja sozinho no momento em que as queimas estejam ocorrendo, pois ele pode achar que está em perigo e tentar fugir.
No momento do desespero, os animais são capazes de pular janelas e muros ou passar por espaços que não conseguiriam normalmente. Cão preso na coleira e guia, nem pensar. O risco de se machucar gravemente é ainda maior.
O ideal é que o animal fique dentro de casa, pois será mais difícil escapar e ficará mais tranquilo ao se sentir próximo do tutor. Feche portas, janelas e cortinas, pois ajudará a abafar o som e criará a sensação de segurança para o animal.
Além disso, disponibilize petiscos e brinquedos e fazer uso de feromônios tornam o ambiente ainda mais agradável.
Fonte: Folha Vitória.