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Redução de 0,5 pontos percentuais foi anunciada nesta quarta-feira (02) pelo Banco Central. Veja a seguir os principais pontos de como redução deve afetar a sua vida
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu reduzir a taxa básica de juros, a Selic, em 0,5 ponto porcentual. Com a redução, a taxa passa para 13,25% ao ano.
O anúncio foi realizado nesta quarta-feira (02) e celebrado pela área econômica do governo federal. A taxa é considerada pelo Planalto como uma das “grandes vilões” da economia devido à manutenção dos jutos altos.
Mas, o que essa redução muda no cotidiano das pessoas? Será que os produtos encontrados no supermercado ou nas lojas, por exemplo, vão ficar mais baratos?
Confira a seguir os principais pontos que você precisa saber sobre o impacto da redução da taxa Selic na sua vida:
QUAIS AS ÁREAS IMPACTADAS PELA REDUÇÃO DA SELIC?
O professor e economista Antônio Marcus Machado explica que as áreas ligadas às financeiras, que atuam em oferta de crédito, devem ser as mais impactadas tanto no Espírito Santo, quanto em outras regiões do País.
“Essa oferta de crédito estava limitada, em parte pelos juros elevados — as pessoas sequer comprovavam renda ou capacidade para pagar o empréstimo — e também pela inadimplência já existente — pessoas que estavam tomando crédito antes não estavam conseguindo pagar”, destacou.
NA PRÁTICA, O QUE MUDA NA VIDA DA POPULAÇÃO?
Antônio explica que, com as taxas mais baixas, o consumidor deve conseguir quitar dívidas de crédito, como empréstimos, com mais facilidade.
“É impossível a pessoa crescer sem fazer uma dívida, seja ela para pagar um curso superior, para comprar um carro, uma casa ou mesmo fazer uma reforma. Prosperidade envolve uma dívida de crédito. Com a taxa de juros mais baixa, vai ficar mais confortável a pessoa adquirir um bem que você não consegue comprar a vista”, explica.
PRODUTOS VÃO FICAR MAIS BARATOS?
O economista Eduardo Araújo afirma que os empréstimos e financiamentos mais baratos incentivam o consumo e investimentos.
“Isso pode gerar um estímulo na economia do Estado, aumentando a demanda por bens e serviços e, consequentemente, a produção. No entanto, é importante ressaltar que esse efeito é mediado por vários fatores e não é imediato”, disse.
Segundo especialista, com o crédito mais barato, alguns setores como o varejo podem ver um aumento na demanda por carros, eletrodomésticos de maior valor, por exemplo.
À longo prazo, a redução da taxa deve aquecer a economia, aumentando o poder de compra dos consumidores. O preço dos produtos, no entanto, não deve sofrer grandes variações.
“Pode ter algum impacto no preço dos produtos daqui a uns quatro ou cinco meses, mas muito pequeno. Porque a mudança na taxa Selic foi muito pequena. Acho difícil haver mudança nos preços dos produtos”, afirmou.
O QUE MUDA NOS INVESTIMENTOS?
Eduardo explica que, em um ambiente de juros mais baixos, o retorno de investimentos mais seguros, como a renda fixa, tende a cair, o que pode incentivar os investidores a buscar alternativas mais arriscadas, como a bolsa de valores e o mercado imobiliário.
O QUE ESPERAR PARA O FUTURO?
O economista explica que não é simples fazer previsões para o futuro. “A taxa Selic é uma ferramenta que o Banco Central utiliza para controlar a inflação, aumentando-a quando a inflação está alta e diminuindo-a quando a inflação está baixa. Atualmente, com a redução da Selic, há uma sinalização de que o Banco Central percebe um controle da inflação e, por isso, a taxa pode continuar caindo nos próximos meses”, explicou.
Essa também é a perceptiva de Antônio, que acredita na possibilidade de novas quedas gradualmente na taxa.
“Tudo vai depender da observação do comportamento da inflação. Nós vimos, agora, um período de deflação, puxado principalmente pelo preço das commodities, que caiu e está ajudando os alimentos a ter um preço melhor”, disse.
Ambos os especialistas explicam que muitos fatores, internos e externos, podem afetar a inflação e, consequentemente, a taxa Selic. Por isso, é importante acompanhar de perto a política econômica e os indicadores macroeconômicos local e do exterior nos próximos meses.
Fonte: Folha Vitória.