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26 de maio de 2022Entre os indícios estão a mudança de atitude abrupta, alteração de humor, marcas físicas, falta de confiança e comportamentos infantis e sexuais
Somente neste ano, 274 crianças e adolescentes foram vítimas de crimes sexuais no Espírito Santo. Os dados são da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).
Apesar de alguns indícios serem visíveis, outros passam despercebidos.
Veja 10 possíveis sinais de abuso e exploração sexual infanto-juvenil:
1. Mudança de comportamento abrupta;
Segundo a psicóloga infantil e educadora parental Auriseane Gomes Soares, as crianças e os adolescentes não conseguem verbalizar sobre o que está acontecendo com eles, principalmente quando são crianças que convivem em um ambiente autoritário.
2. Alteração de humor repentina;
3. Tristeza;
4. Depressão;
5. Marcas físicas;
6. Agressividade;
7. Ansiedade;
8. Frequência escolar;
9. Alteração no sistema digestivo;
10. E falta de confiança nos outros.
“Como é uma criação autoritária? É aquela educação bem atípica, com chantagem, recompensa. Então, a criança cresce sabendo que quando ela comete um erro, muito provavelmente ela vai ser punida. Ela aprende isso desde que nasceu, então ela entende que quando tiver um problema, ela tem que correr da mãe dela e não para a mãe dela”, explicou.
A psicóloga contou ainda que, muitas vezes, como os filhos não vão até os pais contar o que está acontecendo, eles acabam conversando com outras pessoas de confiança. Por isso, os responsáveis de estarem escutando essas vítimas devem sempre investigar e nunca pensar ser uma história inventada.
“A criança não verbaliza e não consegue ter imaginação sobre algo que ela não viveu. Então, ela não consegue fantasiar. Às vezes, os adultos acham isso: ‘a criança está fantasiando sobre aquilo’. Ela não tem repertório emocional para projetar um tipo de situação que, minimamente, ela não viu, não viveu, não soube como, alguma questão tem ou ela assistiu”, exemplificou.
“Então, fique atento se você recebeu essa informação, seja de que canal ela vier. Segunda coisa que a gente pode fazer pelas nossas crianças é ficar atento ao comportamento”, complementou.
Como a criança não consegue dizer com palavras, ela informa sobre a sua condição por meio da brincadeira.
“Às vezes, na brincadeira ela simula uma situação de abuso, não só sexual. É pela brincadeira que eu sei se essa criança é violentada pelos pais, se ela é muito castigada, se os pais estão em conflito ou se ela está tendo problemas na escola. É na vivência da brincadeira que eu consigo identificar”, contou.
Quando as crianças são pequenas, os responsáveis devem ficar atentos a qualquer machucado ou mancha diferente nas partes íntimas delas. Além de educar sexualmente os pequenos.
“A gente acha que a educação sexual é coisa que tem que fazer quando a criança se torna um adolescente. Educação sexual é algo que precisa fazer quando a criança nasce, ela não é sobre sexo, é sobre sexualidade que envolve afeto, respeito a seu próprio corpo, ou seja, consentimento”, explicou.
Existem vários livros que podem ensinar as crianças e os adolescentes, de forma lúdica, o que é parte íntima, o que é nosso e o que ninguém pode tocar. A educadora parental utiliza em seu escritório particular a obra “Não me toca, seu boboca!“, por Andrea Viviana Taubman, para instruir eles.
A especialista também exemplificou de que forma as redes sociais ‘adultizam’ essas crianças, promovendo-lhes um comportamento sexual precoce. “Quando a gente vê, por exemplo, crianças de 6 e 7 anos dançando dancinhas do TikTok de forma totalmente sensualizada”, finalizou.
Projetos de prevenção apoiam e ajudam as crianças e os adolescentes
Existem projetos de prevenção infanto-juvenil que trabalham no contraturno escolar, como a Casa de Atendimento e Orientação à Crianças e Adolescentes (Caoca) e o Serviço de Engajamento Comunitário (Secri), localizados em Vitória.
Estes projetos realizam ações que buscam sempre potencializar o protagonismo, a participação e autonomia dos atendidos e suas famílias.
O Secri identifica a violência sofrida não só por meio das atividades, mas de maneira articulada com a rede sócio-assistencial que, por meio dos diversos serviços, busca acompanhar toda a família.
Segundo a Caoca, em crianças vítimas de violência, os sinais podem ser mudanças físicas, vestimentas que cobrem ou escondem todo o corpo e marcas espalhadas pelo corpo. Também são comuns alterações no sistema digestivo, como a diarreia e o vômito, olheiras e insônia, caso exista o compartilhamento de espaço com o agressor.
No caso de violências identificadas, qualquer indivíduo, deve buscar os órgãos de proteção e garantia dos direitos de criança e adolescentes, como o Conselho Tutelar, onde há profissionais qualificados que vão orientar e intervir na situação, buscando sempre preservar a vítima. Outro meio é o disque 100.
Muitas vezes a suspeita de violência está na mudança de comportamento. “É importante que cada família conheça bem sua criança ou adolescente, conheça seus gostos, sentimentos e principalmente saiba identificar suas necessidades através de seu comportamento”, disse Alzirenes Boaventura Dias, coordenadora geral do Secri.
Fonte: Folha Vitória.