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17 de junho de 2025A conscientização sobre o autismo foi tema de debate na reunião da Comissão de Saúde realizada nesta terça-feira (17). O colegiado deu foco ao diagnóstico precoce e ao acesso às terapias. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurológica que afeta especialmente a capacidade de interação com outras pessoas e com o ambiente.
“Ainda temos grandes lacunas na área das terapias. Muitas crianças com autismo não têm acesso às terapias necessárias, indispensáveis para o seu desenvolvimento. E também precisamos falar do acolhimento das famílias, em especial as mães”, disse o deputado Fábio Duarte (Rede).
Diagnóstico precoce
O psicólogo Helder Souza explicou que a maior parte das crianças é diagnosticada entre os 4 e 6 anos. Porém, as preocupações das famílias com relação ao comportamento do filho se iniciam aos 22 meses. “Precisamos nos perguntar porque tem essa lacuna de tempo entre o olhar da família e o diagnóstico”, refletiu o especialista.
Helder falou sobre a necessidade de um protocolo de triagem. “Temos exemplos de protocolos com base científica que ajudam o profissional da saúde a fazer uma triagem bem feita. Qual é o objetivo disso? Encaminhar a criança às terapias o mais cedo possível, aproveitando um momento muito oportuno do desenvolvimento humano”, finalizou.
Realidade das famílias
Mas não basta ter o diagnóstico. Representantes da Associação dos Autistas do Espírito Santo (Amaes) falaram sobre a dificuldade de acesso a atendimentos especializados.
“Nós, mães de autistas, não temos opção. Temos que arregaçar as mangas e lutar. Em termos de legislação, nós temos tudo. Está na palma da nossa mão. Mas nós precisamos de investimento, diagnóstico precoce eficaz, acesso às terapias… Infelizmente vivemos a banalização dos laudos e a mercantilização das terapias. Isso é muito sério”, disse Pollyanna Paraguassú, presidente da Amaes.
Mãe de um adolescente de 15 anos com autismo, Heloisa Moraes, que também atua na entidade, revelou que encontra deficiências no atendimento tanto na área da educação quanto na área da saúde.
“Eu gostaria de deixar registrado que existe, sim, no papel todo um atendimento especializado na área da saúde e da educação. Mas a minha família, como usuária de toda essa estrutura da rede pública, não encontra isso na vida real. Estou falando de profissionais capacitados, de atividades específicas que enxerguem as potencialidades do meu filho, entre outras coisas”.
Regionalização
O deputado Dr. Bruno Resende (União) destacou a necessidade de regionalização de serviços de atendimentos terapêuticos, como é o caso das áreas de fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e psicologia.
“A verdade é que existe um vazio enorme de atendimento especializado nos municípios do interior. Existe uma deficiência do sistema com relação aos recursos. Precisamos de aumento do aporte financeiro para garantir esses atendimentos específicos”, defendeu o presidente do colegiado.
A representante da Federação das Apaes do Espírito Santo Vanessa Suzana Costa falou também sobre a dificuldade de encontrar esses profissionais. “Atualmente, os profissionais de reabilitação valem ouro. E sabemos da dificuldade de regionalização desses atendimentos. Nós precisamos achar formas de melhorar esse financiamento”, opinou.
Fonte: Assembleia Legislativa do Espírito Santo.