Conheça Brejetuba, a capital nacional do café, e o turismo ecológico de Afonso Cláudio

A série “Riquezas de Norte a Sul”, da TV Vitória, mostra as apostas de desenvolvimento econômico das duas cidades do Espírito Santo

Café é uma fruta doce, vermelha intensa ou amarela, que gosta de altitude e de clima ameno. E é o que encontramos em Brejetuba, a capital nacional do café. A cafeicultura representa 90% da economia local. Cerca de duas mil propriedades produzem café no município, numa área plantada de 16 mil hectares. E 80% delas são de pequenos produtores, com até 80 hectares.

Brejetuba desponta no cenário estadual e nacional como referência no trabalho de qualidade de cafés arábicas especiais. Recebe grupos de produtores e compradores de todas as partes do país e do exterior. 

“A maior concentração de turistas aqui no município é nos dias da festa onde é realizada a maior coagem de café do mundo, que este ano será dia 30 de abril. Estamos trabalhando para montar a rota do café em parceria com produtores da região, onde os turistas poderão conhecer as etapas do café desde a colheita, passando pelo beneficiamento até degustá-lo à mesa junto com comidas típicas do município. Esperamos em breve ter essa rota em pleno funcionamento”, conta a secretária de Turismo do município, Charlene Côco.

A alta produtividade é outro destaque, na região são produzidas uma média de 25 sacas por hectare, enquanto a média estadual é de 16. A capital nacional do café conta hoje com 135 descascadores instalados funcionando. Sendo que 10 trabalham em regime comunitário, administrados por associações de produtores. Projeto esse pioneiro no Brasil.

Há 20 anos, Andréa Vivácqua comanda a Fazenda Marapé. Formada em zootecnia, herdou a propriedade do pai e se tornou uma produtora de café de médio porte. Suas terras produzem mil sacas por ano do tipo arábica. O Café Chiara é comercializado na própria região, no sul do estado, em Vitória e começou a ser vendido no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. As plantações de café ficam a 900 metros de altitude, numa propriedade com muitas nascentes e mata atlântica no entorno. 

“30% da Fazenda Marapé é de floresta nativa que protege as nascentes, ajuda a manter o microclima e melhora a qualidade do café. O clima certo favorece a maturação da fruta, deixa ela mais doce”, explica Andréa.

Afonso Cláudio aposta no ecoturismo

Enquanto em Brejetuba a altitude produz saborosos cafés, na cidade vizinha, Afonso Cláudio, traz outro tipo de renda: o ecoturismo. Aos 1110 metros de altitude vemos a Pedra do Tubarão, a Pedra da Broa, os Três Pontões. E a chegada até aqui é de belas descobertas. Trilhas de matas fechadas, bosque de quaresmeiras e ar puro comprovado pelo líquen vermelho presente nas árvores.

“Os fungos vermelhos ou rosas, como vemos por aqui, são indicadores de ar puro. Pois eles só crescem nas árvores se não houver poluição. E, pode ficar tranquilo, não fazem nenhum mal para a planta”, explica Itamar Arnotesch, proprietário rural e dono do Cantinho dos Três Pontões.

Itamar herdou as terras do pai e decidiu construir uma hospedagem no alto da pedra. O Cantinho dos Três Pontões oferece bangalôs tanto para quem quer relaxar, como se aventurar. Além disso, o local é referência no turismo de observação de pássaros e mamíferos, “muito procurado por estrangeiros”, conta Itamar. 

Como está a 12km da cidade, e num caminho de estrada de chão, está incluso na hospedagem alimentação desde o café da manhã até o jantar. E o que vai à mesa do hóspede é produzido nas terras de Itamar. Ele e sua esposa produzem leite e derivados, têm plantação de café, horta e criação de galinha caipira. Inclusive, o queijo produzido aqui ficou em segundo lugar no estado como o melhor do tipo frescal.

FONTE: Folha de Vitória