A chuva de meteoros foi observada pela primeira vez em 1862 e é um dos mais recentes fenômenos catalogados

A chuva de meteoros Geminídeas estará visível nos céus de todo o Brasil,, inclusive no Espírito Santo nas noites desta quarta-feira (13) até a próxima sexta-feira (15). Esta é a maior e última chuva de meteoros a ser registrada em 2023. 

O fenômeno teve início há cerca de uma semana, mas atinge seu pico de atividade durante as noites desta quarta-feira e de quinta-feira (14). A chegada dos meteoros já era esperada desde novembro. 

A chuva de meteoros foi observada pela primeira vez em 1862 e é um dos mais recentes fenômenos catalogados. Ela acontece anualmente, geralmente durante o mês de dezembro e pode ser visível a olho nu, a depender das condições climáticas.

O astrônomo e pós-doutorando do Observatório Nacional de Astronomia, Marçal Evangelista Santana, explica que o fenômeno foi batizado desta forma por ocorrer perto da constelação de Gêmeos. 

“Há uma quantidade gigantesca de chuvas conhecidas, esta, em especial, é conhecida como a chuva de meteoros Geminídeas, ela tem esse nome porque a região do céu onde é essa chuva ela é observável, vem da constelação de Gêmeos, mas é interessante saber que essas chuvas de meteoros acontecem quando a Terra passa por uma região no espaço onde tem vários detritos e esses detritos esporadicamente entram na atmosfera terrestre e a gente vê o efeito luminoso que são esses meteoros”,informou. 

O astrônomo explica também que o fenômeno tem uma particularidade quando comparado a outras chuvas de meteoros. Esta é causada por um asteroide e não por um cometa. 

Segundo ele, isso torna a chuva ainda mais especial, principalmente por se tratar do último fenômeno observável durante o ano de 2023. 

“No caso da chuva de meteoros de Geminídeas, ela tem algumas particularidades. Porque além de ser uma chuva que é esperada uma quantidade grande de meteoros, essa chuva ao contrário da maioria das outras chuvas de meteoros, não é atribuída a um cometa como sendo o seu progenitor, mas é atribuído como o progenitor sendo um asteroide, um asteroide ativo conhecido como 3200 Funton. Então isso torna essa chuva especial e também por ser a última chuva de meteoros do ano, aumenta o fascínio e o interesse das pessoas”.

Apesar disso, o astrônomo recomenda que para poder apreciar o fenômeno, é preciso estar em um local com baixa poluição luminosa, e também que não esteja chovendo. 

Observação na Ufes

Para quem quiser observar o fenômeno, as portas do Planetário da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) estão abertas para visitantes de 19h às 21h até a sexta-feira. 

O físico do planetário, Messias Bicalho, ressaltou que o melhor horário para visualizar o fenômeno é de madrugada, a partir de 3h. 

“A Terra, em sua órbita em torno do Sol, passa por uma espécie de ‘campo de detritos’ deixados por cometas, quando os mesmos passaram por aquela região específica do espaço no passado. Esses detritos são conhecidos como meteoroides. Então, a região que vai de encontro aos meteoroides enquanto a Terra faz o seu movimento de translação e rotação é justamente a parte do globo que está no período da madrugada, antes do Sol nascer”, disse o físico.

Ainda de acordo com ele, a velocidade dos meteoros costuma variar, mas é um fenômeno extremamente rápido, que chega a dezenas de quilômetros por segundo. 

De acordo com a Ufes, os interessados podem visualizar o fenômeno a olho nu pelo planetário, caso o tempo esteja favorável. 

 “Já o Gaturamo Observatório Astronômico (GOA/Ufes), também localizado no campus de Goiabeiras, pretende disponibilizar ao público a visualização via telescópio no mesmo horário, dependendo da situação climática”,informou a universidade. 

Fonte: Folha Vitória.